País é campeão em custo para abastecer avião
São Paulo - O Brasil é um
dos países mais caros para se abastecer um avião no mundo. É o que mostra um
levantamento da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em
inglês), com base em preços do querosene de aviação cobrados das companhias
aéreas em 68 aeroportos. Nenhum outro país tem tantos terminais na lista dos
dez aeroportos com maiores custos para abastecimento. Figuram no ranking Cuiabá
(2.º lugar), Manaus (3.º), Recife (4.º), Guarulhos (7.º) e Brasília (10.º).
O preço do querosene de aviação cobrado no aeroporto de
Cuiabá só perde para o de Lilongwe, capital do Malawi, e chega a US$ 5,06 o
galão americano (cerca de 3,785 litros), de acordo com a Iata. Os valores consideram
o preço total cobrado das empresas aéreas para voos domésticos, incluindo a
incidência de ICMS. O preço do querosene em Cuiabá é 82% superior ao do
aeroporto de Moscou, que oferece o combustível mais barato do mundo, a US$ 2,78
o galão, segundo a Iata.
"O Brasil aparece ao lado dos países africanos, onde o
combustível é caro por falta de refinarias e a infraestrutura para importar e
transportar o produto é ineficiente", disse o diretor da Iata no Brasil,
Carlos Ebner. O estudo aponta os aeroportos de Moscou, Cingapura, Genebra,
Buenos Aires e Roma como os que têm os menores preços de querosene de aviação.
Cálculo. Segundo o diretor da Iata, o combustível no Brasil é caro porque a
fórmula de precificação definida pela Petrobrás considera custos de importação
do produto, apesar de 75% do querosene ser refinado localmente. Além da cotação
internacional do barril de petróleo, entram na conta o custo de transporte
marítimo e uma tarifa adicional ao frete para renovação da marinha mercante.
A estimativa da Iata é de que essa metodologia faça com que o
valor cobrado seja quase 20% acima do que a entidade calcula como "preço
justo". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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